11/06/2009

Entorpecido? Climax? Ou apenas dançando?

Meu mundo se mescla em tons e sons enevoados. Lembranças do barulho das ondas do mar juntam-se com luzes da cidade grande. Momentos da infância e da própria projeção da minha velhice. Sou real e sou o que eu apenas li ou sonhei. Meus sentidos são tomados e não sei mais se ainda respiro ou apenas irradio alegria.

Fala - pequenos sons, monossílabas, gemidos ou baques da minha falta de ar... ou frases inteiras desenfreadas em uma língua que não conheço, mas que soa de maneira tão óbvia. A mensagem da certeza do objetivo atingido. A língua dos espíritos.

Visão - me perco nas curvas e me livro da maldade. A realidade se quebra como um espelho. O espaço se inunda com luzes que formam uma estrada, um caminho em super-velocidade. Ladrilhos de ouro e luz pavimentam esse caminho. A velocidade é incrível, e com mais e mais pontos brilhantes estourando no horizonte, tão belos que não consigo fixar e entender.

Olfato e Paladar - perfumes, centenas, milhares... de flores e de humanos. Texturas que derretem na língua e me energizam, eletrificam, inspiram, induzem. Impossível de resistir sugo o aroma. Envenedado, só consigo me render, fechar o olho e sentir aquele gosto enquanto o cérebro apaga por um instante e aquele produto tão ao mesmo tempo alienígena e humano desliga os outros sentidos... intoxicado, enfeitiçado... tudo se confunde maravilhosamente.

Tato - no começo, toque com suavidade, calculado para induzir Depois, leveza que vai se convertendo em força, vigor, dedicação, união... dança. Por poucos segundos, o universo mostra sua natureza: o tempo e espaço se mostram estáticos, únicos, teorizado e agora percebidos como tal. Pela sua própria natureza é inconcebível aos sentidos, e minha frágil mente não pode conter esse sentimento explodindo em sobrecarga.

Audição - minha alucinação me traz zumbidos e zunidos em tons desconhecidos. Como uma corda de violão entro em pura ressonância. A duração do tom reverbera por cada molécula do meu corpo. Cada uma delas me agradece e ressoa de volta... e de repente silêncio e uma risadinha no fundo de quem aprontou tudo isso.

Um comentário:

E então ele disse: